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SEMINÁRIO

EU QUERO BOTAR MEU CORPO NA RUA:

ARTE PÚBLICA ENTRE ESPAÇOS, POESIA E RESISTÊNCIA

“A educação problematizadora, que não é fixismo reacionário, é futuridade revolucionária.
Daí que seja profética e, como tal, esperançosa.
Daí que corresponda à condição dos homens como seres históricos e à sua historicidade.
Daí que se identifique com eles como seres mais além de si mesmos – como ‘projetos’ – como
seres que caminham para frente, que olham para frente; como seres a quem o imobilismo
ameaça de morte; para quem o olhar para trás não deve ser uma forma nostálgica de
querer voltar, mas um modo de melhor conhecer o que está sendo,
para melhor construir o futuro”

 

Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido

 

Em Pedagogia do Oprimido (1970) (disponível para download aqui) encontra-se um dos trechos mais reproduzidos do educador Paulo Freire. Diz ele: “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (39).

Além do elogio ao mundo como espaço de encontro em que a educação se faz possível, presente na famosa citação, encontra-se nesta obra de Freire uma crítica à “educação bancária”: aquela que parte do pressuposto da separação do educador (como origem do conhecimento) do educando (como dócil receptor). Em lugar desta, Freire propõe uma “educação libertadora”, que promova educador-educando e o educando-educador a “investigadores críticos”. É na investigação crítica que a realidade se tornaria passível de reflexão e transformação, através da criatividade, em direção a libertação em lugar da dominação.

É este lugar de investigação que buscamos promover no seminário Eu quero botar meu corpo na rua: arte pública entre espaços, poesia e resistência. Geográfica ou artisticamente, nós, pesquisadoras da arte urbana temos olhado para o espaço público por sua possibilidade de suportar encontros plurais e criativos. Um espaço no qual o mundo se torna locus de investigação e de exercício poético de resistência e promoção de novos mundos porvir.

Um encontro de pessoas pesquisadoras e artistas como este – que manifesta desde o título um desejo comum: de botar o corpo na rua –, nos parece uma necessária e urgente oportunidade de pleitear esse mundo (real-virtual) mediador de um espaço de conhecimento, sem educador e sem educandos cindidos em categoria estanques. Um espaço em movimento, que olhe para o que foi e para o que vem-sendo a arte pública, de modo a melhor construir o futuro.

Dentro deste tema-guarda-chuva centrado no desejo e no intuito de colocar noss(a/o)s corp(a/o)s na rua, foram destacadas quatro linhas de pesquisa para agregar as pesquisas da área em torno de eixos temáticos.

Cada linha de investigação foi o eixo de um dia de nosso evento:
“Arte em convivência: espaços na construção de coletividades” (30/03);
“Arte e invasão: Desobediências (r)existentes no espaço urbano” (31/03);
“Arte transfronteiriça: diálogo entre Urbano e Natureza” (01/04);
“Ruas porvir: culturas endêmicas do espaço público” (02/04).

Cada encontro foi aberto com uma Mesa Temática, seguida por Comunicações Convidadas e Fóruns de compartilhamento de pesquisas. Recebemos pessoas ligadas à academia (especialmente das áreas de Artes e Geografia, mas não só) e à arte urbana que compartilharam suas pesquisas e processos artísticos, e todas as pessoas interessadas em acompanhar o processo como ouvintes no evento.

Agradecemos imensamente a todes que puderam comparecer aos encontros. A conferência de abertura, mesas temáticas e comunicações convidadas foram gravadas e estão disponíveis para serem assistidas AQUI. Abaixo é possível acessar a programação completa, bem como os Anais da primeira edição do seminário que estão disponíveis para download AQUI!


 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

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Luiz Antônio Simas

Sobre corpos e terreiros: das invenções do mundo

30/03/2022 das 19:00 às 20:00

MESAS TEMÁTICAS

MESA 01 - Arte em convivência: espaços na construção de coletividades
 

30/03/2022 das 9:00 às 12:00

Mediação: Juliana Liconti

ERRO Grupo Seminário Quero botar meu Corpo na Rua quandonde

ERRO Grupo

 

À procura de zonas de insurgência: participação, indisciplina e contra-movimentos nas práticas do ERRO Grupo

Marcos Torres Seminário Quero botar meu corpo na rua quandonde

Marcos Torres

 

Arte do/no espaço público: identidade e coletivades em processo

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Ricardo Peixoto

 

Livre circulação do artista e sua arte

Tânia Bloomfield Seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Tânia Bloomfield

 

Artivismos e suas potencialidades no Antropoceno

Mesa 02 - Arte e invasão: Desobediências  (r)existentes no espaço urbano
 

31/03/2022 das 9:00 às 12:00

Mediação: Lucí A Guerra

Estela Lapponi Seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Estela Lapponi

 

Corpo Intruso

Gabriela Bortolozzo seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Gabriela Bortolozzo

 

Abrindo espaços de representação: a disputa paradoxal dos territórios dos slams de poesia nos espaços [e com seus] públicos

Janice Martins Appel seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Janice Martins Appel

 

Vamos Invadir A Cidade Com Arte: Táticas Para Sobreviver Em Tempos De Guerra (S)

sy gomes seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Sy Gomes

 

O cultivo do mundo: amores que duram milhares de anos

Mesa 03 - Arte transfronteiriça: diálogo entre Urbano e Natureza

 

01/04/2022 das 9:00 às 12:00

Mediação: Thays Ukan

Cadu Cinelli seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Cadu Cinelli

 

Nos percursos artísticos-geográficos há muitas histórias para se contar e cartografar

Cia Kawin seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Cia Kawin

 

Do'Tô - Plantar a orelha, fecundar relações

Gabriela Leirias seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Gabriela Leirias

 

Táticas poéticas sobre natureza, corpo e cidade

Gustavo Caboco seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Gustavo Caboco

 

Não apagarão nossa memória

Mesa 04 - Ruas porvir: culturas endêmicas do espaço  público 
 

02/04/2022 das 9:00 às 12:00

Mediação: Geslline Giovana Braga

Ana Tereza Reis da Silva seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Ana Tereza Reis da Silva

 

"Aterrar" para decolonizar o mundo

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Elizia Cristina Ferreira

 

O TEMPO DA RESISTÊNCIA: Arte Popular e enfrentamentos

Isabela Frade seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Isabela Frade

 

CORPO/ESPAÇO/TEMPO -

a panela, o esqueleto e o sentido de comunhão

Laurene Ataide seminário quero botar meu corpo na rua quandonde

Laurene Ataide

 

A resistência do imaginário popular

COMUNICAÇÕES CONVIDADAS

linha 01 - Arte em convivência: espaços na construção de coletividades

30/03/2022 das 14:00 às 17:00

Mediação: Diego Baffi

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Juliana Cerqueira

 

MAPeAR - maneiras de (des)construir capturas com o mapa

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Juliana Liconti

 

Andançar: caminhar como prática de encantamento

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Raina Costa

 

_antes de perder o chão_: videoperformance para costurar caminhos para depois do fim

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Thallyta Piovezan

 

Balões como dispositivos operadores da prática artística do coexistencializar

Linha 02 - Arte e invasão: Desobediências  (r)existentes no espaço urbano

31/03/2022 das 14:00 às 17:00

Mediação: Gabriela Bortolozzo

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Denis Angola 

 

Trancosus: Quando escutamos corpos negros? 

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Ian Lima

 

Performatividades Subversivas: protestos de rua e o desmantelamento de estruturas conservadoras da cidade

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Lucí A Guerra

 

Por uma cidade nunca sonhada

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Raphael Andrade

 

Performance flores para Pietá: desobediência (r)existente no cerne dos territórios sagrados católicos

Linha 03 - Arte transfronteiriça: diálogo entre Urbano e Natureza

01/04/2022 das 14:00 às 17:00

Mediação: Cadu Cinelli

Adriana Omoto foto Gonzalo Garcés - CorpoCaos danzacontemporánea.jpg

Adriana Omoto

 

Arte, territórios e fronteiras: apresentação do experimento de escuta/movimento/dança "Afluente I" 

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Helena Stürmer

 

O corpo-cidade nas identidades: como professoras de línguas e ciclistas refletem os seus percursos cruzados no cotidiano

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Lucas Sol

 

Escuta de buzu: micronarrativas na cidade

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Natália Vieira

 

451 - Livros por Dentro, Folhas por Fora
Teatro Imersivo na Floresta

Linha 04 - Ruas porvir: culturas endêmicas do espaço  público 

02/04/2022 das 14:00 às 17:00

Mediação: Fábio de Castilhos Lima

Maria Carolina de Oliveira Pienegonda perfil - Maria Carolina de Oliveira Pienegonda.jpg

Carol Piene

 

Os saberes tradicionais das Comunidades Extrativistas e o trabalho dos Coletivos Artísticos: intercâmbios e interculturalidades no Cariri Cearense

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Danielle Souza

 

Corpos brincantes, caminhada festiva e outras inventações possíveis na Festa de São Marçal em São Luís/MA

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Ges Giovana Braga

 

Decolonialidade e insitucionalização da "rua"

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Vânia Rodrigues

 

O (meu) Corpo-Capoeira: um Corpo-Lugar

FÓRUNS

linha 01 - Arte em convivência: espaços na construção de coletividades

30/03/2022 das 20:00 às 22:00
Mediação: Juliana Liconti e Marcos Torres

Ana Eduarda Rigonato Diehl

Histórias de praça

Edenice Santos da Silva

A interdisciplinaridade no campo das artes e suas aplicabilidades práticas

Maria Elisa Rodrigues Moreira

Convivências: Os Espacialistas e Gonçalo M. Tavares, das ruas aos livros

Carolina Burgos

A musealização da arte urbana: gentrificação ou democracia?

Emilliano Alves de Freitas Nogueira

Coletivo de Ações Poéticas Urbanas e a produção de ações poéticas urbanas na cidade de Goiás 

Paolla Clayr de Arruda  Silveira

Arte urbana na paisagem contemporânea: o grafitti nas manifestações de território e lugar

Edduarda Porcote

Arte urbana e(m) crise: espaços relacionais de cura em tempos pandêmicos

Laura Rogoski

Não tire a máscara! Mascaramento social como interstício para arte urbana

PAULA CARINA KORNATZKI FRANCA

Teatro como ocupação dos espaços alternativos da escola: uma análise das potencialidades transformadoras

Linha 02 - Arte e invasão: Desobediências  (r)existentes no espaço urbano

31/03/2022 das 19:00 às 22:00

Mediação: Kauan Fonseca 

Andréia de Oliveira Souza

Uma viagem pela memória e paisagem de Florbela Espanca

Carla Oliveira da Silva e Renan Gonçalves Rocha

Poesia slam e tecnologia de sobrevivência

Janaina Fornaziero Borges

Comunidade imagética de seres metamórficos

Linha 03 - Arte transfronteiriça: diálogo entre Urbano e Natureza

01/04/2022 das 19:00 às 22:00

Mediação: Cadu Cinelli e Thays Ukan

Gabriela Canale Miola

Corpo, presença e meio ambiente: Artes da performance no Plantationceno

Marcela de Macedo Cavallini

 Futuros Impuros: Viver Territórios em Ruínas

Yasmin Franco

(Des)uso: a natureza compõe

Jonas Esteves

Poética sobre o corpo aparelhado
Por uma experiência hipersensível da natureza

Thiago Heinemann Rodeghiero

Entre cantos, esquinas e polvos: as poéticas fluídas da cidade

Lira Floré

Dramaturgia da Imagem e Autoescrita performática: a vivência do corpo da mulher na urbe

Vinicius de Oliveira e Wesley Furquim

Corpo a ruir: intervenção cênica urbana em meio a urgência das mudanças climáticas

Linha 04 - Ruas porvir: culturas endêmicas do espaço  público 

02/04/2022 das 19:00 às 22:00

Mediação: Larissa Brum

Maciel Ferreira de Lima

Arreda homem que ai vem mulher”: A figura de Maria Farrapo nos espaços artísticos alternativos de Maceió

Sara Oliveira Bezerra

A categoria é… “Face”: como pensar a performance para as balls em Maceió/AL

Marília Ennes

(Des)compassos cotidianos: Práticas de visitação

Rosane Improta e Marcos Lemes

Projeto Uma Estrela no Céu

Ribamar Ribeiro

Arquivo vivo – uma experiência de corpo político no espaço público

Girlene Chagas Bulhões

Pessoas e coletivos que botaram o museu na rua

APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE ENCERRAMENTO

Percursos Afetivos: GILDA de Cadu Cinelli


02/04/2022
Concentração: Parque do Bacacheri às 16:00
Início do percurso: 17:00
Encerramento: 18:30

Projeto de narração de histórias itinerante de Cadu Cinelli que consiste na criação e realização de intervenções artísticas com bicicletas. Durante as intervenções, enquanto pedaça com seu público, são contadas histórias ficcionais que se relacionam com os lugares e paisagens percorridas. No dia 02 de abril, fez um percurso afetivo que saiu do Parque Bacacheri às 16:45 e seguiu até a Praça das Nações na cidade de Curitiba. Ao longo do trajeto, narrou a história de uma mulher de setenta anos que fez seu último passeio pelo bairro, relembrando a sua vida.

Apoio institucional: 

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