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CICLO DE LEITURAS

PARA RELEITURAS DE SI

CONFLUÊNCIAS ENTRE ARTE E PSICOLOGIA

“[...] eles não se entregaram ao pessimismo porque foram capazes de transformar a tragédia em beleza. A beleza não elimina a tragédia, mas a torna suportável. A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado.
Ela se basta. Mas ela não cria. Não produz pérolas. São os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artistas.”

 

Rubem Alves | Ostra feliz não faz pérola.

 

O brasileiro Rubem Alves (1933-2014) foi escritor, educador, filósofo da educação, pastor, psicanalista e teólogo. Como resultado desses diferentes modos de saber, escrevia regularmente a respeito da vida vivida fora dos modelos previsíveis e sua relação com a saúde mental. Neste contexto, em obras como Ostra feliz não faz pérola (2008) ou na crônica Saúde Mental (1994a) nos convida a ver a arte como lucidez e o artista como aquele que “têm a capacidade de produzir o belo com o insignificante” (2008) de maneira que através da aparente “loucura” artistas criariam em suas obras modos de suportar sofrimentos através da beleza. Ao louvar frequentemente o modo pouco ortodoxo que os artistas conduzem seu fazer como gestos de um desvio lúcido à “saúde mental” stricto sensu, Alves nos lembra aquela máxima: em uma sociedade doente, a loucura pode ser um gesto de saúde.


Vivemos em um tempo de sociedades adoecidas (de uma coletividade angustiada, nervosa, entristecida, autodestrutiva, suicida, acumuladora, sádica e cruel) e, talvez por isso, tem se feito, se assistido, se pensado e se escrito muito sobre arte, em especial a partir da perspectiva da psicologia e, do mesmo modo, artistas têm se irmanado às vertentes da psicologia para pensar-fazer suas obras e poetizar suas existências, encontrando desvios nos trajetos predeterminados por estas sociedades.


E é também no intuito de olhar, analisar – quiça, produzir! – modos desviantes de existência e para louvar nossa poética da insignificância (já que, quando artistas, somos a primeira matéria de nossa arte) que o Ciclo de leituras para releituras de si: confluências entre arte e psicologia se estabelece como uma proposta a partir da qual, em sete encontros com periodicidade semanal, partilharemos nossas perspectivas a respeito da leitura de textos basilares das artes, psicologia e filosofia interessados nas confluências entre essas áreas do conhecimento.


Menos do que uma aula que nos induza a absorção de conteúdos já sabidos por outrem e mais um fórum estabelecido como uma aventura partilhada, buscaremos que estes encontros nos permitam cultivar juntos o errar, assim como nos convida outro texto de Alves, este disposto no livro A Alegria de Ensinar (1994b)


[…] ao aprender as respostas certas, os alunos desaprendem a arte de se aventurar e de errar, sem saber que, para uma resposta certa, milhares de tentativas erradas devem ser feitas. Espero que haverá um dia em que os alunos serão avaliados também pela ousadia de seus voos! […] Pois isto também é conhecimento. (24)


Que esta ousadia nos leve à disponibilidade dos artistas entregues, segundo Alves, à “coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é coisa muito perigosa…” (1994a)


Acompanhe nossa programação abaixo, inscreva-se [aqui] e arrisque-se conosco!

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A espontaneidade da cena na criatividade da clínica

Leitura e debate dos textos “Doutrina da espontaneidade-criatividade” do livro Quem sobreviverá (1992) e “Dramaturgia experimental” do livro O teatro da espontaneidade (2012), de Jacob Levy Moreno, com mediação de Bruna de Morais Teixeira.

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O Espaço Estético como espaço terapêutico

Leitura e debate dos capítulos “Os seres humanos, a paixão e o tablado: um espaço estético” , "As três hipóteses de O Tira na Cabeça" e "Experiências em dois hospitais psiquiátricos", do livro O arco íris do desejo (1996) de Augusto Boal, com mediação de Diego Baffi.

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Insurgências da subjetividade em meio ao inconsciente colonial-capitalístico

Leitura e debate do texto "O inconsciente colonial-capitalístico" do livro Esferas da Insurreição (2018) de Suely Rolnik, com mediação de Juliana Liconti.

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Esquizoanálise, arte e loucura

Leitura e debate dos textos “Ueinzz – Viagem a Babel” e “Subjetividade Esquizo” do livro A vertigem por um fio (2000) de Peter Pál Pelbart, com mediação de Diogo Rezende.

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A psicogeografia e as situações dela deriva.das

Leitura e debate do “Relatório sobre a construção de situações e sobre as condições de organização e de ação de tendência situacionista internacional” de Guy-Ernest Debord e dos escritos situacionistas “Questões preliminares à construção de uma situação” e “Definições”, disponíveis no livro Apologia da deriva (2003), organizado por Paola Berenstein Jacques, com mediação de Diego Baffi.

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A casa e a cidade: espaços de sentir e criar

Leitura e debate do capítulo I "A casa. Do porão ao sótão. O sentido da cabana." do livro A poética do espaço (1989) de Gaston Bachelard, com mediação de Rosanny Teixeira.

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Dramaturgias da dor: aproximações analíticas, arquetípicas e clínicas da peça Psicose 4:48, de Sarah Kane

Leitura e debate da peça Psicose 4:48 de Sarah Kane, com mediação de Luciana Barone e Francisco Gaspar.

Apoio institucional: 

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